Consumo e comportamentos sustentáveis em contexto de IPSS

No atual mercado global, praticamente todos os negócios querem garantir que satisfazem os seus clientes através da melhoria da experiência de compra. Felizmente, por um lado, há uma preocupação cada vez maior com as questões da sustentabilidade. Por outro, a verdade é que cada vez mais negócios focam o seu branding e a comunicação das suas marcas nas questões da sustentabilidade de forma errónea, tratando-se não de preocupações que se materializam em ações reais, mas apenas do recurso a técnicas de marketing. 

Esta preocupação do mercado globalizado e das empresas privadas também se faz sentir na economia social e no mundo das instituições e organizações/empresas de âmbito social. Os parceiros com quem estas organizações trabalham precisam de estar sensíveis às questões ambientais, implementar medidas de forma a reduzir o seu impacte ambiental e adoptar comportamentos e hábitos sustentáveis. 

A promoção dos 3 R’s pode ser implementada de diversas formas e uma das mais simples em contexto de IPSS é recorrer a sacos reutilizáveis e a todo o tipo de “resíduos” que possam ser reaproveitados. Com resultados evidentes é o recurso a sacos para os alimentos, que os mantêm frescos durante mais tempo depois de comprados. 

Um pouco mais complexa de implementar, mas igualmente eficaz ao nível do impacto é a criação de manuais explicativos, que dêem contexto permitindo que as pessoas responsáveis saibam qual o destino a dar aos recursos ou resíduos. É para reciclar? É para compostagem? É para reaproveitar? Para além dos manuais explicativos, a formação dos funcionários e utentes que irão interagir com os resíduos é muito importante promovendo uma produção e um consumo sustentáveis..

Verificar se os produtos comprados ou adquiridos através de empresa externa respeitam as regras da sustentabilidade, se são produtos com pegada ecológica baixa, se são sustentáveis, contêm pouco embalamento (plástico, cartão etc), são algumas características que ajudam a distinguir aqueles cujos processos de produção e consumo demonstram menor impacto ambiental.  Também existem opções mais sustentáveis para os produtos de limpeza, onde o conteúdo de substâncias químicas e perigosas são reduzidas. 

Recorrer à doação de produtos e bens de que a instituição já não necessita também é uma excelente estratégia, o que aliás é já uma prática nestas instituições. A doação de roupas, mas também de comida, que poderá por exemplo ir para associações que oferecem comida às pessoas sem abrigo, são soluções práticas e que demonstram a preocupação com as pessoas e o planeta. As doações, mas também as vendas (não é necessário negar esta possibilidade) são formas de dar nova vida a bens que já não servem as IPSS.

As IPSS e outras entidades de cariz social preocupadas com os seus impactos ambientais podem e devem tomar iniciativas que melhorem a experiência dos seus utentes assim como o impacto na proteção do ambiente. 

As organizações, tal como qualquer outra entidade, empresa ou negócio devem preocupar-se em recorrer a utensílios, produtos, e modos de comprar sustentável. Comprar produtos alimentares de produção local, optar por uma alimentação mais vegetariana e evitar comprar produtos excessivamente embalados são medidas que as IPSS podem implementar (e cada um de nós em casa pode fazer o mesmo. Procurar consumir os alimentos típicos da época também é uma opção mais saudável e sustentável. Fazer uma lista prévia daquilo que é necessário comprar consoante as refeições a preparar posteriormente, assim como a escolha de “alimentos feios” também são ideias a reter. Todas estas dicas são essenciais para que possamos fazer compras mais sustentáveis.