Eco-IPSS

Nos últimos anos o setor social tem tido um papel essencial no apoio à sociedade civil, em diferentes grupos etários. Com a pandemia desde 2020, sendo que as pessoas mais carenciadas e frágeis ficaram sem resposta, foram estas instituições, e outras de natureza equiparável que se colocaram na linha da frente no que toca ao apoio às pessoas mais vulneráveis. Estas entidades e instituições têm vindo a integrar alguns princípios de sustentabilidade nas suas atividades e gestão do dia-a-dia. Têm-no feito recorrendo a práticas como a recuperação e reutilização de materiais para a realização de diferentes atividades tanto com idosos como jovens, a separação dos resíduos e a redução do consumo de recursos. Algumas já adotaram práticas de seleção de fornecedores tendo em conta a proximidade e a sazonalidade dos alimentos.

No seguimento da constatação desta realidade, propusemo-nos a dedicar um modelo que permita avaliar os requisitos e necessidades destas organizações, dando-lhes respostas e meios para que possam evoluir no sentido dos modelos de circularidade, assim como da preparação dos seus gestores e colaboradores a integrar os critérios de sustentabilidade em todo o processo. Desde a seleção de fornecedores, à gestão dos recursos e meios internos disponíveis, assim como à promoção da redução, reutilização, recolha e reciclagem de resíduos.

Estando conscientes de que a sociedade evoluirá para um modelo circular, mas onde não serão apenas as empresas e serviços que terão um papel importante, compreendemos e defendemos a urgência em tornar este conceito numa realidade transversal a todas as organizações e gerações. É por isto que consideramos que as IPSS têm um papel fundamental. Além de serem uma influência na vida de uma grande diversidade de grupos etários, também contribuem para a formação, educação e mudança de comportamento destes grupos. Se apoiarmos estas instituições conseguimos apoiar uma rede complementar de escolas, assim como estruturas residenciais para pessoas idosas, conduzindo todos ao caminho da mudança e de mais ação ambiental.

A rede de IPSS existente em Portugal, tem uma dimensão social muito própria. Além de uma estrutura que fornece respostas em momentos de lazer ou apoio de serviços essenciais à vida. A introdução dos conceitos de sustentabilidade, consumo sustentável, economia circular, recuperação e envolvimento de utentes (neste modelo mais resiliente), permite um grande envolvimento social. Tendo também o apoio das Confederações e a divulgação dos modelos e experiências que vamos abarcar, será possível replicar este modelo para muitas outras instituições.

Estes canais, com respostas próprias, poderão igualmente ser um apoio importante nos canais de recolha de algumas fileiras e fluxos de resíduos, garantindo um auxílio às entidades gestoras, bem como um contributo para o cumprimento das metas nacionais em matéria de reciclagem de resíduos.