O nosso planeta enfrenta grandes desafios económicos, sociais e ambientais. Os ODS sucedem aos ODM na medida em que alargam os desafios que devem ser abraçados de forma a erradicar a pobreza e a alcançar um vasto leque de tópicos relacionais, nas dimensões económica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) orientaram a agenda dos esforços globais para o desenvolvimento entre 2000 e 2015. Ajudaram a alcançar alguns avanços notáveis que se traduziram na melhoria das condições de vida de milhões de pessoas pelo mundo todo. Contudo, sendo que estes progressos não foram iguais para todos, deixaram muitos cidadãos, incluindo milhões de crianças à margem destes direitos.
Os novos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram aprovados na Cimeira das Nações Unidas em setembro de 2015 e são uma agenda ambiciosa, que deverá ser implementada por todos os países que assinaram o acordo até 2030. Estes abordam os desafios globais que enfrentamos, incluindo pobreza, desigualdade, mudança climática, degradação ambiental, paz e justiça.
Para que haja uma concretização cabal da Agenda 2030 e dos ODS, é necessário que as empresas e organizações integrem estas metas nas suas tomadas de decisão e que contribuam com o seu poder de inovação para um futuro mais sustentável e inclusivo.
Para isso é fundamental a cooperação e a criação de oportunidades de diálogo entre todos os que estão direta ou indiretamente ligados à empresa ou organização, em torno destes objetivos. Utentes, funcionários, administração, parceiros ou fornecedores têm um papel importante na reflexão e concretização de medidas que permitam contribuir para os objectivos dentro da organização e também na sociedade.
As organizações devem procurar assegurar que as suas opções de compra são as mais sustentáveis possíveis, que os seus parceiros estão alinhados com estes objectivos, e que dentro da organização são desenvolvidas actividades que contribuem para os objectivos duma forma direta e indireta e através da sua esfera de influência – parceiros, família, amigos e comunidade. A agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas tem 17 ODS que são o resultado de um trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um modelo global de bem-estar e acabar com a pobreza, promover a prosperidade e contribuir para o bem-estar de todos, protegendo também o ambiente e combatendo as alterações climáticas.
Comprometendo-se com estes compromissos, através da assinatura do acordo, os países farão esforços para alcançar estes objetivos no seu território. A Agenda 2030 é, portanto, um acordo assumido à escala mundial, incluindo governos, empresas e a sociedade civil, de forma a conseguirem erradicar a pobreza e criar uma vida digna com oportunidades para todos. Para tal é necessário solidariedade entre as pessoas, permitir um acesso justo à saúde, contribuir para um desenvolvimento sustentável, ter atenção ao ambiente do planeta.
Agrupados em 4 grandes áreas – Pessoas, Planeta, Prosperidade e Paz – os ODS pretendem incluir todas as áreas que têm impacto na qualidade de vida das gerações atuais e das futuras.
Estes objetivos são pilares essenciais de sociedades modernas e equilibradas, capazes de gerar emprego e riqueza, mas respeitando simultaneamente a Natureza e os Direitos Humanos. Este assunto diz respeito a todos, individualmente, como organização ou empresa, todos podemos dar a nossa contribuição diária por um mundo melhor.
Em contexto de IPSS, cuja natureza jurídica para o caso é equiparável a uma empresa, faz todo o sentido que estes objetivos sejam reconhecidos e discutidos de forma a que possa ser identificada a sua actual contribuição e consideradas outras formas de actuar e contribuir.
A inclusão de diferentes grupos em atividades e projetos, adaptados aos contextos sociais e culturais dos envolvidos tem uma influência direta neste objetivo.
Promoção de melhores hábitos alimentares e produção sustentável de alimentos através da escolha de fornecedores que favoreçam a produção local e biológica de alimentos.
Fomentar o conhecimento e tomada de consciência dos impactes das atividades humanas no ambiente e na saúde e a adoção de medidas que promovem a qualidade do ambiente e o bem-estar das pessoas são aspectos importantes para este objetivo.
Este ODS, e no contexto duma aprendizagem inter e intrageracional é chave para promover novos hábitos e iniciativas relacionadas com a produção e gestão do lixo bem como no consumo de recursos como a água e a energia.
A formação e empoderamento de mulheres mais vulneráveis que, por falta de acesso a recursos económicos, ou culturalmente, através de crenças que desvalorizam a capacidade das mulheres perante os homens, é essencial para promover a igualdade e participação plena e efetiva de todos na sociedade.
O contributo das IPSS nesta matéria prende-se com o uso mais eficiente de água nas suas instalações e a sensibilização dos mais jovens para a importância de um uso mais sustentável recurso, não só nos usos correntes mas também através das compras e da alimentação.
A monitorização e acompanhamento dos consumos é importante para que se possam detectar eventuais problemas ou excessos, perceber onde se gasta mais energia de forma a actuar sobre estes consumos.
Estimular o trabalho de equipa, pensamento crítico e a liderança no contexto da sustentabilidade preparando os jovens para os empregos do futuro.
Construção de infraestruturas resilientes, a promoção da industrialização inclusiva e sustentável bem como o fomento da inovação. Apoiar o acesso às tecnologias de informação de todos os grupos etários.
A presença de diversos grupos nas IPSS (ex: escuteiros, estudantes, idosos) e atividades que desenvolvem nas instalações são características com imenso valor para combater às desigualdades.
As instituições, com as suas valências sociais, pode potenciar e capacitar as comunidades a serem mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
Garantir padrões de consumo e produção sustentáveis, também definido como fazer mais e melhor com menos.
Apesar das alterações climáticas serem desafios globais que não respeitam fronteiras, necessitando dessa forma de coordenação ao nível internacional, as organizações, à semelhança de outros ODS podem ter um contributo considerável através da educação.
A educação/sensibilização dos mais jovens para a origem do lixo marinho, e também das zonas costeiras, e os seus efeitos negativos na fauna e flora.
Promover e restaurar o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade.
A educação, desenvolver relações com diferentes grupos etários e culturais, a reflexão sobre as diferenças culturais, de pensamento e de crença, são pilares para uma sociedade mais pacífica inclusiva e justa.
Procurar sinergias e construir parcerias multissetoriais mais fortes. Partilhar conhecimento, tecnologia e recursos financeiros.